segunda-feira, 16 de maio de 2011

Espasmos do poente

Espasmos do poente
(poema cinzento)

Neblinas empoeiradas
perseguem o poente urbano
enquanto trens subterrâneos
vomitam pessoas por plataformas
plantadas em arrabaldes sem cor.

Sístoles e diástoles desvairadas
por entre turvas avenidas
conduzem espasmos do poente
que segue retalhado diante de íris sem brilho.

Vertigens tingem edifícios absolutistas
em telas amorfas , despedaçadas
enquanto brumas cinzas e entardecidas
seguem ao sopro da noite.

Só sonhos pensados não bastam nas
arenas da cegueira iluminada.

Roberto Guido 20/01/02





 

3 comentários:

  1. Um belo poema, que reflete nossos espasmos de penumbra cinza!

    coletivojovem.wordpress.com

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  2. Belo poema, Roberto Guido. Acho que mais do que necessária, a poesia se faz imprescindível nos tempos atuais.Os poemas são sempre seus, ou há colaboradores também?
    Beijo

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