sábado, 5 de março de 2011

Non, je ne regrette rien,


As desventuras e tragédias vividas por Edith Piaf são as mesmas que milhões de mulheres vivenciam todos os dias pelo globo, sejam naqueles em que são homenageadas, sejam naqueles em que são apedrejadas. Escolho essa personagem para me referir ao mês que epiloga o verão e em que, para muitas mulheres, é um momento de reflexão sobre a fragildade da sua condição e da necessidade do engajamento e, para outras, infelizmente, apenas uma data para o exercício da futilidade que lubrifica mais uma data para o aumento das vendas e negócios. Também penso, nesse momento, numa outra Edith, lá de Marília, companheira que nos brindou com uma existência prenhe de energia dedicada aos movimentos sociais.
A discriminação, a violência, a intolerância, a escravidão e outras barbáries são elementos do cotidiano feminino em todo o planeta. Claro que alguns acontecimentos nos possibilitam boas expectativas nessa caminhada rumo à igualdade e à justiça. No caso brasileiro, a eleição de uma presidenta nos anima ainda mais a avançarmos nesta trilha e também coloca, para àqueles comprometidos com uma outra sociedade, maiores responsabilidades. O bom combate contra a banalização desse marco na história da luta social, o engajamento sem tréguas pelo estabelecimento de marcos legais que conduzam à plenitude de direitos das mulheres, a condenação sem hesitação de qualquer violação à integridade moral e física feminina, devem nortear nossa caminhada para que possamos, como as Ediths que menciono neste artigo, dizer que nada temos do que se arrepender.

4 comentários:

  1. Oi Robé,tudo bem?
    Nossa!Como está legal o seu blog.As pessoas precisam ver e ler.Melhor ainda, elas precisam postar pra te incentivar e junto com vc refletir sobre tudo o que é político , mas tb o que é poético! Mesmo que discordemos de um olhar ou outro , temos que exercitar , a democracia e principalmente exercitar o cérebro, tão acostumado a descansar na mesmice e nas influências comerciais dos pensamentos comuns.
    Parabéns.Gostei, vou recomendar! bj
    lica

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  2. Valeu Lica...essa é a idéia
    beijão
    Guido

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  3. Achei maravilhosa a alusão a Edith Piaf. Maravilhosa. E gostei do artigo porque ele traz uma reflexão fundamental: que a gente não deve lembrar das mulheres apenas no mês de março. Que a luta feminista, pela igualdade é cotidiana. Que nossa sociedade ainda precisa avançar muito nesse sentido.
    Mulheres ainda morrem vítimas de violência cometida, na maior parte dos casos, por parceiros e familiares. As condições da saúde para a mulher são precárias.
    Mas, a sinalização ao final do artigo é muito importante. Hoje, temos uma mulher a frente da presidência da república. Creio que os sonhos de milhares de feministas do país passarão a se concretizar em políticas públicas sérias e com o olhar que só uma presidenta poderia ter para este tema.
    Parabéns, Guido! Ótimo artigo!

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  4. Valeu Ju....é caminhando que se faz o caminho, a travessia é longa,mas coletivamente ela se torna menor
    beijão

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