quarta-feira, 23 de março de 2011

Outono urbano


Aconchegando os dias
vai chegando o outono.
Como um cão sem dono
cobre de azul a tarde cinza.

O odor da cidade subjuga
a anunciada e bem vinda estação,
enquanto mutações esfacelam seus adjetivos.
Calam-se frutos, flores e verbos.

Com seus centígrados instáveis,
espaçados por ampltitudes
que secam a úmida manhã,
desperta a noite ranzinza.

Oferta ora o frio, ora o calor.
estalando fendas trincadas
soldando ligas, pintando muros.

Lá vem o outono,
como um habitual e preciso operário
vivente de uma cidade que segue sem estações.

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