quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Fim de folia


Roberto Guido

Sementes secam ao sol
pois lhes são estranhos
os paralelepídos perfilados
como lápides da terra morta.

Impermeabilizada a rua,
escorre a água por canos amarelados.
Já não escolhe seus caminhos,
tão pouco serve à solitária rosa.

Asfaltos assaltam as cores
de avenidas a sangrar piches
e sei :

numa manhã de verão
serão lavadas com o suor
dos pés que sambam até uma quarta feira
cinza como a cidade.

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